quinta-feira, 17 de novembro de 2011

[PARTE 1] Você desistiria de tudo por um grande amor?

por Sâmila Braga

Dona Rachel de Queiroz já dizia: “falam que o tempo apaga tudo. Tempo não apaga, tempo adormece”. E ai, concorda? Bom, Danny Monteiro, estudante de jornalismo, poderia confirmar que sim. Ela conheceu o grande amor da sua vida, que por acaso é seu xará, e esperou quatro anos de distância, para enfim, provar que a paixão era sólida. Deu casamento. Não do jeito formal, papeladas, mas união, amor.

Podia contar de trás para a frente, do meio para o lado, mas nesse caso, vai uma ordem linear. Fica a critério.

Senta que lá vem a história...
Danny Monteiro dançava e adorava dançar. Compunha o grupo Edisca, ong que reúne jovens num movimento que integra o social à arte. A cearense arretada, falante, na época com 19 anos, foi indicada pela Edisca para participar de um Encontro nacional de jovens, em Lagoa Santa, MG. Mais do que discutir Desenvolvimento Sustentável, Danny não sabia o que a esperava. Antônio Carlos da Costa, pedagogo e ex-consultor da Unesco já falecido, ao promover o Encontro, não sabia que ele juntaria duas vidas tão diferentes.

Foi assim: alguns apoiadores custearam viagens, hospedagens e alimentação de jovens de todo Brasil. Do Ceará, claro, uma das representantes foi nossa amiga Danny. O ano era 2007 e Dora Andrade, diretora da Edisca, escolheu aquela baixinha de 19 anos entre outros 200 nomes. Ela ficou eufórica e aceitou. A mãe de Danny, receosa pela queda de um avião da TAM naquele ano, resistiu à viagem, mas acabou cedendo.

Há 2511 km de distância, uma mãe tentava convencer um filho a viajar. Em Minas Gerais, Cida Alves, assistente social engajada com a Pastoral do Menor, insistia todos os dias para que Daniel, seu filho, fosse ao Encontro. Daniel não queria. “Ele, sempre muito relutante, resistiu até o último dia”, conta Danny sobre os relatos da sogra. Foi quando a mãe anunciou: “Daniel, hoje é o último dia que eu tenho para indicar os nomes para as vagas, você tem certeza que não vai?”. Naquela hora, por obrigação ou por obra do destino, o garoto mandou que a mãe o inscrevesse. Já pensou se ele não tivesse aceito?

O Encontro...
Era outubro de 2007. Lagoa Santa, MG, reuniu jovens do país inteiro. Dois deles, de mesmo nome, já aproveitaram a dinâmica de apresentação para paquerar um com o outro. Trocaram até os crachás, meninice. “Eu fiquei com Daniel no peito, literalmente...”, confessa Danny. Buscavam sempre proximidade. Lá no fundo, alguma coisa alertava Danny. “Eu ficava sempre com aquela voz na cabeça que dizia ‘você está aqui representando uma instituição séria, não veio até aqui pra namorar!’”. A vontade brigava com a voz.

Era o último dia de Encontro, quando Danny ofereceu seu banheiro para que Daniel tomasse banho, já que não estava hospedado. “Durante o dia, ouvi Daniel comentar que sairia com sua mãe e sua avó e que estava preocupado por estar todo suado pelas atividades do dia”, ela se aproveita. A educação atrevida da moça assustou o rapaz. “Uai, mas eu vou tomar banho com que toalha?”. Ela prontamente oferece a própria toalha.

Calma, calma, minha gente, não vá pensando que a coisa esquentou tanto assim. Danny saiu do quarto para deixar seu futuro namorado mais a vontade, embora tudo indique que essa não era bem a sua vontade. A ansiedade trouxe Danielle de volta ao quarto. O pretexto: buscar alguns chocolates. Encontrou Daniel arrumado, cheiroso. “Lembro até hoje do cheiro do perfume”, ela recorda. Aquele cheiro todo deu o tom de romance naquele quarto em que se encontravam sozinhos. Era hora da despedida.

Daniel não foi besta, disse logo: “Nossa tomei esse banho todo e você não vai me dar nem um cheiro?”. Danadinho, pensou Danielle, mas quis se fazer de difícil. “Pra quê? Você já empestou o quarto inteiro com o perfume!”, retrucou. Não teve jeito. O rapaz se aconchegou ao cangote dela e a distância foi se desmanchando. "Eu tô afim, ele também. Nunca mais vou ver essa criatura na minha vida e, se eu não contar, ninguém nunca vai saber dessa história então...”, pensou. É Dannyzinha, se você não contasse. Agora todo mundo sabe! :)

E não tendo mais distância entre os corpos em despedida, aconteceu. Um só beijo pintou corações e memórias daquele casal. “Um beijo que ficaria guardado com um gostinho de quero mais durante anos, exatamente 4 anos”, rememora.

Quer saber como essa história continua.. Aguarde!

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