sábado, 26 de novembro de 2011

[PARTE 3] Você desistiria de tudo por um grande amor?





E era tempo de tristeza na vida de Danny. “Aos olhos da saudade como o mundo é pequeno”. Parecia que a frase de Baudelaire se encaixava direitinho. A cearense estava com o coração em Minas Gerais. “Foi nesse meio tempo que a gente decidiu que não dava pra viver assim, longe um do outro”, ela recorda. Era uma aflição. Esperar por promoções aéreas ou gastar dinheiro em viagens que podiam ser investimentos no futuro. Num futuro juntos. Deu-se a fuga.

Daniel abateu aquela agonia, assim que disse a Danny que comprara sua passagem de ida para Belo Horizonte. De ida, somente. Mas e aí? Largar tudo, por um amor? Eis que ela decidiu. Pesquisou as melhores universidades da cidade para transferência e logo encaminhou os documentos. Como a forma que se apaixonaram o casamento também foi relâmpago. Uma semana depois, Danny viajou.

Triste partida
“Lembro dos olhos da minha mãe no aeroporto, triste e desesperada, afinal ela só tinha convivido com o Daniel uma semana, ele poderia ser o pior homem do mundo”, emociona-se. Para a moça, a mãe achava naquele momento que a ela a traia, a abandonava. Danny questionava-se muitas vezes sobre sua decisão. Mas não teve jeito. Coração não é tão simples quanto pensa. “Eu preferia pecar pela falha do que pela omissão”, considera.

Já em Belo Horizonte, Danny não ganhava apenas um amor, que agora é seu companheiro, mas uma família calorosa e acolhedora. “Ganhei uma sogra-mãe”, classifica. Era uma ligação tão singular que parecia ter anos de existência. Como ela acredita, um amor assim não ultrapassa só fronteiras, deve ter ultrapassado vidas, encarnações.

Dizer que eles viveram felizes para sempre? Até hoje, estão muito bem obrigada. Com três meses de mineirice, a cearense já tinha emprego, estudava e estava no seu ninho, lar. Casar no papel, ela só quer mesmo depois de formada. “Mas a cumplicidade e o respeito que a gente tem um pelo outro valem mais do que qualquer papel ou cerimônia. A nossa aliança é feita de almas”, assevera.

Nas palavras dela...
“Hoje, já fazem 9 meses que moro em BH. E nesse meio tempo já trouxemos minha mãe para me visitar, ficar na minha casa e meus irmãos vieram de surpresa para o meu aniversário. Morro de saudades deles todos os dias, mas sei que a gente sempre vai se reencontrar. Meu lugar agora é do lado da minha cara metade, alma gêmea, meu amigo e até meu chará. Afinal, como diria o Daniel, eu passei 22 anos longe dele, agora vou ter que passar uma vida inteira com ele pra compensar. E é exatamente assim que eu espero terminar os meus dias, do lado dele”.
Danny Monteiro, 23 anos, estudante de Jornalismo.

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