quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cadê diferença? Quem vê?


Por Sâmila Braga

É. É sobre isso nosso post de hoje. Diferença entre homens e mulheres na paixão. A foto acima revela um padrão de comportamento. Mas será que ele ainda vigora? “Essa foto ofende aqueles poucos rapazes na sociedade, que possuem o Romantismo ainda vivo dentro de si”, injuria-se Pedro Vasconcelos , estudante de Sistema de Informação. E não é só ele quem pensa assim. Victor Gaspar, estudante de Comunicação Social, garante que “nós [os homens] temos coração sim, mas tá nas mulheres que amamos”.

É, parece que os homens estão assumindo o romantismo. Ou seria só lábia – “queixo”, como se diz aqui no Ceará? Ou ainda: independente do gênero, o romantismo é algo humano? Será mesmo que está acontecendo uma inversão de valores culturais? Ou apenas a evidenciação do que já era óbvio? Inversão porque, para o senso comum, a mulher é o ser romântico, sentimental e que quer relacionamentos duradouros e estáveis, tal qual a foto ilustra. Será isso verdade?

Desde sempre, muitas mulheres não se qualificam dessa forma. Há quem aposta nas previsões pessimistas – ou realistas. “Eu acho é que, daqui a pouco, até as mulheres vão começar a ver o coração invertido também. É decepção demais!”, assevera Nayanna Portela, estudante de Comunicação Social. Embora ela também acredite nas exceções. E serão mesmo exceções?

Relatividade nos comportamentos. Esse é o ponto tocado pela jornalista goiana, Marília Leão. Ela expõe que “tem muita mulher por aí de coração de cabeça pra baixo. Claro. Depois de tantas desilusões, a mulher começou a ficar insensível como os homens, assim evitando sofrimentos”. Aí nos perguntamos, se é isso mesmo? E aí garotas, confirmam?

Tão tão distante
Antes de Cristo nascer, Ovídio escreveu um manual, sobre como os rapazes devem conquistar as moças. Virou clássico: “A arte do amar”. Mas quem disse que são os homens que devem conquistar? Como tema universal tem muita bibliografia, com a paixão não podia ser diferente. Contudo, o teor desses livros, muitas vezes, tendem a reforçar os valores de sua época, que na nossa, quase sempre são machistas e sexistas.

Homens e mulheres medem suas diferenças desde que se entendem por gente. Mas e a igualdade de direito entre os gêneros? “Os homens, gratos às mulheres pela experiência física, deram-lhes um pouco das suas almas”, conclui D. H. Lawrence, em seu livro “O amante de L. Chaterley”. E aí meninos e meninas, Lawrence estava certo?

Com mais alma ou menos alma, a mulher ainda não alcançou equidade social. As pesquisadoras Izaura Rufino Fischer e Fernanda Marques, que estudam o tema e o gênero, colocam que “a relação de gênero formada por homens e mulheres é norteada pelas diferenças biológicas, geralmente transformadas em desigualdades que tornam o ser mulher vulnerável à exclusão social”.

Bem se vê que as diferenças não estão somente no comportamento. Quando se trata de se relacionar, a coisa também muda. “As mulheres sempre acham que os homens nunca querem nada sério, e que não são capazes de ser somente de uma, engano delas, as vezes atitudes que mostram insegurança e desconfiança fazem com os mesmos sintam-se realmente desvalorizados”, opina o estudante de Design Gráfico, Amarildo Tavares, apontando para o que ele considera visão geral feminina. E atenção meninas! Ele também acredita que essa é a causa dos homens traírem. Será? Mas ressalta, “que não são todas que acham isso, assim como não são todos que também agem assim...”.

Freud explica...
Flávio Gikovate, psiquiatra e escritor, já falava, no final da década de 1970, da maior freqüência do medo de amar nos homens. Segundo ele, a raiz estaria nas frustrações edipianas. É o quê? Gente, num Complexo de Édipo mal resolvido que, no homem, seria mais doloroso. Neste caso, Freud explica.

Outros autores, como Penteado (1993), distinguem o romantismo entre os dois sexos, sendo esse para o homem, a atração física. Mas aí entra uma série de fatores como a cultura, a formação, a subjetividade, a educação, tudo isso carregado de valores reforçados e destruídos no dia à dia. Complexo? Demais. Não é à toa que livros como “As mulheres são de Vênus, o homens são de Marte”, tornam-se best-sellers. Buscar entender é algo que estamos sempre tentando fazer.

“Afinal, o que querem as mulheres?”, minissérie exibida no final de 2010, já trazia o questionamento como título. Agora, só as mulheres são complicadas? Os homens são simples-simples? No filme, “500 dias com ela”, o protagonista apaixona-se e sofre tal qual pintam por aí que as mulheres fazem. Uma inversão de valores. Se você quiser saber mais, separamos alguns filmes que tratam ou passeiam pelo assunto. Anota aí.

Alguns filmes, uns melhores que outros, pincelam esse conflito etéreo:
- 500 dias com ela (EUA, 2009)
- Nem gravata, nem honra (Brasil, 2001)
- A verdade nua e crua (EUA, 2009)
- Como perder um homem em 10 dias (EUA, 2003)
- Tomates verdes fritos (EUA, 1991)
- Mulheres perfeitas (EUA, 2004)
- Todo gato vira-lata (Brasil, 2011)
- O pequeno grande homem (EUA, 1970)
- Malu de bicicleta (Brasil, 2011)
- O amante de Lady Chaterley (França, 1981)

Aguardem!
Ah. Quase ia esquecendo. Já que as diferenças são muitas, o assunto rende, e nosso blog é um coração apaixonado, onde sempre cabe mais um, até a semana que vem, outro post sobre as diferenças entre homens e mulheres. Dessa vez, fizemos uma enquete, perguntando o que homens e mulheres acham a respeito dessas diferenças que gritam em nós. Fique ligad@!

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